Hoje é um dia de celebração. Pela primeira, vez uma funcionária da casa, uma mulher negra, assume a presidência da EBC. Uma companheira de luta de longa data. É um dia de muita representatividade para todos. Esperamos que seja a porta de entrada para mais diversidade e mais cor na nossa empresa. Que seja o começo da construção de um ambiente de trabalho sadio, com iguais oportunidades para todos típicos ou atípicos, independente de gênero, raça e orientação sexual.
Grupos minoritários são sistematicamente ignorados e inviabilizados dentro da casa. O pagamento do auxílio PcD foi cortado em novembro de 2021 e até hoje não restituído e nem reembolsado. Além disso, a EBC descumpre o Art. 93 da Lei nº 8.213/1991, que determina a empresas com mais de 1.000 funcionários a obrigatoriedade de reservar 5% de suas vagas de trabalho para PcDs. Esperamos que a nova presidência e diretoria mude o mais rapidamente esse cenário.
Cortar o dinheiro do auxílio PcD afeta diretamente a qualidade de vida do funcionário e toda sua família. São tratamentos que muitas vezes acabam sendo deixados de lado, terapias que não são realizadas porque o custo de vida aumentou e nossa renda diminuiu. Esse dinheiro de auxílio afeta a todos, especialmente mulheres, arrimos de família, que acabam sendo mais prejudicadas e muitas vezes numa escolha cruel são obrigadas a negligenciar a própria saúde em prol do cuidado com os filhos ou com parentes idosos.
Ainda dentro da esfera de igualdade, pedimos a equiparação dos direitos das pessoas com doenças raras aos das pessoas com deficiência. Tal convenção é cada vez mais discutida e adotada na sociedade e a conscientização sobre o tema nas instituições e entre os empregados só trará benefícios. Esse pedido consta também no relatório de comunicação elaborado pela equipe de transição e consideramos fundamental. Funcionários Raros costumam ter as mesmas demandas de tratamentos, terapias e medicamentos que funcionários PcDs e por isso sua condição deveria ser olhada com mais carinho pela nova diretoria.
Sabemos que são várias as demandas, de grupos minoritários diferentes dentro da empresa, mas acreditamos que a causa rara e PcD não está sozinha, tem interseccionalidade com demandas de outros grupos. Temos um longo caminho enquanto sociedade para reduzir as desigualdades gritantes e precisamos dar os primeiros passos para atingir um patamar mais democrático e com direitos mais bem distribuídos. Essa é a EBC que queremos para o futuro e as demandas vêm sendo ignoradas por tempo demais.
Hoje é um dia de festejar e celebrar a mudança. Mas pedimos a nossa Presidenta que, quando puder, se sente conosco para entender um pouco mais da causa rara e PcD e das demandas desse grupo de funcionários que quer trabalhar e fazer a sua parte numa EBC mais completa, inclusiva e representativa. Nada por nós sem nós.
Coletivo de Raros e PcDs da EBC