Neste curto texto, a Ouvidoria Cidadã da EBC gostaria apenas de deixar registrado que os veículos da empresa não têm dado sequência à cobertura em torno do caso do tiroteio acontecido na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, quando Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos ao governo do estado, cumpria agenda no local.

O acontecimento, do último dia 17, teve um desdobramento tão trevoso quanto relevante, que foi a revelação do repórter cinematográfico Marcos Andrade, de que a equipe do ex-ministro de Bolsonaro exigiu que ele deletasse as imagens que gravou do tiroteio. Andrade pediu demissão da Jovem Pan, onde trabalhava até então.

A ausência de matérias que abordem o relato do cinegrafista e também a reação das instituições diante disso é perturbardor. Especialmente porque a Organização dos Estados Americanos (OEA), que teria o papel de alertar a comunidade internacional para o clima antidemocrático que vareja o Brasil, minimizou, em seu relatório, o que se passa aqui.

A OEA escreveu, no dia 3, que “em um contexto de alta tensão e polarização, a cidadania brasileira demonstrou maturidade e compromisso cívico” e que “as eleições se desenvolveram com ordem e normalidade”. Os 53 observadores e especialistas da entidade, que compareceram a 222 locais de votação em 15 estados, aparentemente, visitaram outro país, diferente do da Ouvidoria Cidadã, mas o mesmo das chefias da EBC.

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