Neste 18 de junho, Dia do Orgulho Autista, celebramos a resiliência de nossos colegas autistas que, apesar de todos os desafios colocados pela EBC, fazem seu trabalho com competência e maestria. Este é um momento de reconhecimento e valorização das contribuições únicas que cada um traz para a sociedade. No entanto, aproveitamos a data para também expressar nossas preocupações e reivindicações sobre a realidade deles no trabalho.
Recentemente, fomos surpreendidos com a decisão da EBC de obrigar autistas e seus familiares/cuidadores a retornarem do home office para o trabalho presencial. A medida, implementada sem diálogo ou planejamento adequado, tem causado grande impacto na vida de muitos de nossos colegas.
Autistas, em particular, enfrentam desafios significativos com a quebra de rotina. A transição abrupta para o trabalho presencial pode desencadear crises e aumentar o estresse, prejudicando o bem-estar e a produtividade. É essencial que a EBC reconheça a necessidade de adaptações no ambiente de trabalho, como a criação de “salas do silêncio” para momentos de crise e, quando necessário, a disponibilização de salas em separado ou individuais para que possam trabalhar de maneira mais adequada.
A volta ao trabalho presencial também impacta pais e mães de autistas que estabeleceram uma rotina equilibrada para cuidar de seus filhos, garantindo a continuidade de terapias e outras atividades essenciais. Qualquer mudança repentina nessas famílias é uma tarefa árdua e injustificável. Por isso, pedimos mais uma vez que a EBC reveja com urgência a decisão do fim do home office, para todos, mas especialmente para esse público.
Reiteramos que autistas são PCDs e têm garantido por lei o direito de trabalhar e serem incluídos e readaptados ao trabalho. Também é necessário lembrar que a EBC precisa cumprir a cota legal de empregados PCDs exigida por lei. Além disso, pedimos a realização de um concurso público com mais vagas destinadas aos PCDs, garantindo assim maior inclusão e representatividade.
Por fim, lembramos que somos uma empresa pública de comunicação e que falhamos também nesta área. Solicitamos uma cobertura mais ampla e representativa nos veículos da EBC. Autistas, pessoas com doença raras e pessoas com deficiência precisam ter espaço em todos os nossos veículos. Precisamos falar, dar voz e representatividade para esse setor tão excluído da nossa sociedade. Pautar esses assuntos deveria ser nossa obrigação social, uma vez que conhecimento e familiaridade ajudam a diminuir o preconceito.
Neste Dia do Orgulho Autista, reafirmamos nosso compromisso com a luta por um ambiente de trabalho inclusivo, adaptável e acolhedor para todos. Seguimos na esperança de que a EBC reconheça e atenda nossas demandas, garantindo um futuro mais justo e equitativo para todos os seus funcionários.
Coletivo de Raros e PCDs da EBC