Foi notícia na Agência Brasil e na Radioagência Nacional a declaração de Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, chamado de Banco do Brics, de que, apesar de os países integrantes do bloco estarem procurando segurança e fazendo transações financeiras utilizando suas próprias moedas, o dólar não perdeu força no mercado internacional e “ninguém quer substituir os Estados Unidos”.

A declaração foi dada no fim da 10ª reunião anual do Banco, no Rio de Janeiro, que ocorreu neste sábado, dia 5 de julho. O evento precedeu a Reunião de Cúpula do Brics, neste domingo e segunda-feira, 6 e 7. O tema da desdolarização das trocas comerciais entre os países do Brics ganhou força na reunião do bloco do ano passado, em Kazan, na Rússia. A notícia é bastante relevante para a geopolítica mundial, já que, conforme apontou a reportagem da Agência Brasil:

“A possível medida chegou a ser criticada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fez ameaças de taxar em 100% as importações dos países do Brics que substituírem o dólar em transações comerciais”.

O mesmo foco foi dado em notícias publicadas por veículos comerciais, como CNN, Estadão e Metrópole. Porém, o tema não foi tratado no jornalismo da TV Brasil.

O Repórter Brasil Noite do dia 5 trouxe quatro notícias sobre os Brics. Uma reportagem sobre o Fórum Empresarial, com a participação do presidente Lula; um VT que falou da mesma reunião que Dilma participou, mas colocou no ar apenas a declaração do ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, sobre a necessidade de uma tributação global mais justa; uma sobre a baixa participação feminina no mercado de comércio global, tema a ser discutido na reunião dos Brics; e a última entrada, com participação ao vivo do repórter do local da reunião, tratou da carta apresentada ao fim do Fórum Social com as recomendações do grupo de discussão.

Resta saber por que a declaração mais impactante do dia não virou notícia na TV Brasil, que optou por ficar entre a cobertura oficial e a protocolar.

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