Nós, o Coletivo de Raros e PCDS da EBC expressamos nosso profundo descontentamento e repúdio em relação à recente decisão da empresa de extinguir o trabalho remoto integral e impor o regime híbrido com expediente presencial três vezes por semana.

Para muitos, a transição para o trabalho híbrido pode parecer uma mudança natural. Para nós, entretanto, representa uma grave ameaça à saúde e bem-estar. Como pessoas imunossuprimidas, com deficiências, doenças raras, neurodiversos e cuidadores de pessoas nestas situações, o acesso a um ambiente de trabalho seguro e adaptado é essencial para nossa participação plena e produtiva na força de trabalho.

A imposição do regime híbrido coloca em risco a estabilidade de nossa saúde e segurança, além de minar nossa capacidade de desempenhar nossas funções de forma eficaz. Para muitos de nós, o home office integral é o que nos garante um ambiente seguro e acessível que nos permite realizar o nosso trabalho.

Esta decisão representa não apenas um retrocesso que compromete nossa saúde, mas também viola os princípios fundamentais de inclusão e acessibilidade no local de trabalho. Lembramos que além de descumprir a cota estabelecida por lei para funcionários PCDs, a EBC não está preparada para receber PCDs, pessoas com doenças raras, imunossuprimidos e neurodivergentes em sua plenitude. Nenhuma das praças têm hoje um espaço de descanso, descompressão ou apoio para esse público.

Inclusão e acessibilidade vão muito além de apenas rampas e elevadores. É entender as reais necessidades de cada funcionário e adaptar de forma que ele possa se sentir fazendo parte da empresa.

Aproveitamos para repudiar as recentes declarações da gerente-executiva de Gestão de Pessoas, de que os funcionários estão utilizando o home office como alternativa à licença médica pelo INSS. Entendemos que alguns funcionários, como os imunossuprimidos por exemplo, podem trabalhar perfeitamente de suas casas, não necessitando estar afastados. Porém, comparecer presencialmente na empresa colocaria suas vidas em risco. Os casos precisam ser avaliados individualmente. Queremos uma empresa que entenda isso, se adeque e respeite as necessidades de todos os funcionários, para que estes possam trabalhar, que é o que desejam.

Pedimos que a EBC reconsidere a nova norma de teletrabalho e adote uma abordagem mais inclusiva e sensível às necessidades de seus funcionários. Não queremos ser afastados por motivos de saúde se ações simples podem nos manter ativos. Temos esse direito garantido por lei! Queremos e podemos ser produtivos, mas precisamos de apoio, adaptação, rotina e, principalmente, respeito.

Coletivo de Raros e PCDs da EBC
Comissão de Empregados
Sindicato dos Jornalistas de Brasília , Rio de Janeiro e São Paulo

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