A EBC iniciou nessa quarta-feira, 28 de agosto, a cobertura dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Temos muito orgulho de ter uma jornalista da casa, a a mesatenista Carla Maia, entre os atletas que representam o Brasil na competição. A convocação para os jogos coroa uma jornada de muito esforço, empenho e dedicação dos profissionais selecionados.
Dentro desse espírito de reconhecimento, o Coletivo de Raros e PCDs da EBC lamenta profundamente que a cobertura da empresa sobre a Paralimpíada não tenha a participação dos profissionais PCDs da casa. A máxima que representa as discussões de acessibilidade, “Nada sobre nós, sem nós”, foi desrespeitada e colocada completamente em escanteio. Entendemos e apoiamos a equipe que está trabalhando na cobertura, e desejamos toda sorte e a oportunidade de fazer um grande serviço.
O jornalista Lincoln Chaves, que está em Paris, é um excelente profissional e não estamos criticando seu trabalho de forma alguma. Mas gostaríamos de ter sido lembrados para colaborar em um assunto que temos lugar de fala.
Existe desde o ano passado um comitê de acessibilidade na empresa, que não foi envolvido no planejamento desta cobertura. E temos colegas PCDs com experiência em cobertura paralímpica que não foram sequer consultados sobre participar do trabalho, mesmo que à distância, do Brasil.
A inclusão, assim como a acessibilidade, precisa sair do campo das ideias e propostas. Incluir é integrar; acessibilizar é trabalhar a participação. Infelizmente, para a cobertura da EBC nos Jogos Paralímpicos não houve nenhum dos dois conceitos.
Somos uma empresa pública de comunicação e falhamos nesse aspecto cidadão. A EBC não cumpre nem a cota de 5% de PCDs exigida por lei. A representavidade importa e precisamos abrir espaço para que os colegas com deficiência, doenças raras e neurodivergências tenham as mesmas oportunidades de reconhecimento profissional. Precisamos educar pelo exemplo, e essa era uma chance perfeita que infelizmente foi perdida.
Mais uma vez, pedimos que a EBC deixe o campo das ideias e abrace ações concretas. Já tivemos inúmeros ganhos, mas temos direito a um ambiente de trabalho inclusivo, adaptável, acolhedor e reconhecedor para todos.
Boa sorte, Carla Maia! Estamos todos na torcida pela sua participação.
Coletivo de Raros e PCDs da EBC