No Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado em 28 de junho, a Agência Brasil produziu uma bela reportagem sobre o tema (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-06/preconceito-afeta-producao-de-dados-sobre-lgbti). Para além de celebrar a diversidade e o respeito, o texto buscou aprofundar a realidade vivida por esta população em um quesito muito básico: a produção de dados e estatísticas específicas.

Apesar de um estudo inédito do IBGE ter levantado o número de pessoas que se declaram lésbicas, gays ou bissexuais (https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-05/ibge-divulga-levantamento-sobre-homossexuais-e-bissexuais-no-brasil), que seriam 2,9 milhões no país, o próprio instituto aponta para o problema da subnotificação.

A matéria “Preconceito afeta produção de dados sobre LGBTQIA+” destrinchou os temores e estigmas que levam muitas pessoas a esconderem sua identidade e orientação sexual. Trouxe informações sobre a importância da produção de dados para a melhora das condições de vida da população, sobre formas adequadas de se conseguir essas informações e também o trabalho de organizações que fazem levantamentos sobre pessoas LGBTQIA+. Normalmente, envolvendo estatísticas de violência e assassinatos.

Às vésperas de se iniciar o censo populacional, em 1º de agosto, a reportagem também trouxe o imbróglio jurídico que, por fim, deixou de fora do levantamento a orientação sexual. O IBGE alegou falta de tempo para operacionalizar a inclusão de novas perguntas ao questionário. Porém, a partir do ano que vem a questão deve entrar em outras pesquisas do instituto.

Infelizmente, como alerta, na reportagem, o professor do Instituto de Psicologia UFRJ, Pedro Paulo Bicalho, integrante do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT, parece que o Brasil ainda não está pronto para conviver em harmonia com todas as pessoas.

“Para conseguir fazer uma pesquisa em que não haja subnotificação e em que a gente consiga entender quem são, como são e como vivem todas as pessoas LGBTQIA+, teríamos que fazer isso em uma sociedade livre de LGBTIfobia, que não é a nossa. Acredito que não será a nossa geração, em que pesem todos os esforços e lutas sociais para que isso possa diminuir”.

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