Um dos movimentos sociais mais importantes e atacados do país, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) completou 40 anos nesse 22 de janeiro. Na grande imprensa, pouco se falou a respeito. Encontramos apenas um artigo da Folha de S. Paulo, que usa termos controversos como “invasão de terras” e “esvaziamento político” para qualificar o movimento. Mas, de forma geral, traz um relato sobre as origens do MST e a relação com os governos, de mais aproximação ou mesmo tentativa de criminalização, como ocorreu com Jair Bolsonaro.

Portais como o Brasil de Fato, CUT, PT e, claro, do próprio MST, celebraram a data recordando o histórico de lutas pela reforma agrária, conquistas e tragédias, como o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1997.

Na EBC, uma excelente reportagem da Radioagência Nacional destaca o momento de criação do MST, quando o país passava pela redemocratização. Com texto conciso e linguagem simples, como requer o veículo rádio, Gésio Passos relembra a importância da luta camponesa contra a ditadura militar.

“A luta pela terra sempre esteve presente na história do Brasil, fruto da concentração de terras desde o período colonial. Revoltas, guerras e repressão marcaram a disputa pela sobrevivência no país, como as lutas camponesa, indígenas e quilombolas”, diz o texto, que também foi aproveitado pela Agência Brasil, em publicação no dia 23.

Também são lembrados os conflitos e assassinatos no campo, que persistem nos dias atuais. A trilha com a música Reis do Agronegócio, de Chico César, enriqueceu o material, já que dialoga perfeitamente com o tema da reportagem. Só faltou o crédito para o artista e para o sonoplasta.

Destacamos nesta reportagem alguns princípios e objetivos da comunicação pública, conforme dita a Lei 11.652/2008, como a complementaridade de conteúdos ao sistema privado; a promoção do acesso à informação por meio da pluralidade de fontes; oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância nacional e internacional; desenvolver a consciência crítica do cidadão; fomentar a construção da cidadania, a consolidação da democracia e a participação na sociedade; e apoiar processos de inclusão social e socialização da produção de conhecimento.

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