Apesar do desmonte da comunicação pública, iniciado em 2016, a EBC ainda brinda a audiência com bons conteúdos. Um exemplo positivo é a série de três reportagens produzidas pela Radioagência Nacional sobre mulheres vítimas do trabalho análogo à escravidão no Brasil, publicadas na última semana de janeiro.
Um tema doloroso, minimizado pelo próprio presidente da república, foi tratado de maneira sensível e humanizada, trazendo dados do Ministério Público do Trabalho e de organizações não governamentais.
Entre as informações que a série apresenta estão a subnotificação dos casos de mulheres encontradas em trabalho escravo, a não caracterização delas como vítima da situação quando resgatadas e a exploração sexual não registrada pelos agentes públicos como trabalho análogo à escravidão.
A narrativa foi enriquecida com histórias de pessoas que passaram pela situação, como a exploração a que são expostas imigrantes por falta de alternativa de trabalho e a redes de solidariedade criadas a partir da exploração.
Um caso emblemático trazidos pela reportagem é a histórias Pureza Lopes Loyola, que passou três anos à procura do filho. A luta dela levou o país a reconhecer o trabalho escravo contemporâneo e virou filme.
As reportagens podem ser conferidas nestes links: